“Beati pauperes spiritu, quoniam ipsorum est Regnum caelorum.” | Dicasterio Para o Serviço e a Caridade

 


DICASTÉRIO PARA O SERVIÇO E A CARIDADE 
CARTA PELO DIA MUNDIAL DOS POBRES 

16 de Novembro 2025

“Quem se compadece do pobre empresta ao Senhor, e Ele lhe retribuirá o benefício.”
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Amados irmãos e irmãs em Cristo,

Ao celebrarmos o Dia Mundial dos Pobres, somos chamados a voltar nosso olhar para aqueles que, em nossas comunidades e cidades, carregam o peso do abandono, da fome, da solidão e da exclusão. Este dia não é apenas uma data comemorativa, mas um convite constantemente renovado para que a Igreja redescubra a força do Evangelho vivido na caridade concreta.

Os pobres sempre estiveram no coração da vida e da missão da Igreja. Como recordou São João Paulo II, “a opção preferencial pelos pobres é uma opção prioritária que deve caracterizar a vida de todos os cristãos”. Não se trata de uma ideologia, mas de um gesto profundamente enraizado na imitação de Cristo, que “sendo rico, se fez pobre por nós” (2 Cor 8,9).

O Papa Bento XVI ensinou que “a caridade não é para a Igreja uma espécie de assistência social, mas pertence à sua própria natureza”. Assim, estender a mão aos pobres é participar do próprio dinamismo do amor divino, que se derrama sem exigir nada em troca.

De maneira especial, o Papa Francisco tem recordado à Igreja o rosto concreto da pobreza. Em suas palavras fortes e profundamente evangélicas: “Os pobres são a carne de Cristo” e “não se ama de verdade se não se toca a miséria humana”. Ele nos convida a ir além da mera assistência eventual, abraçando uma cultura do encontro, em que o pobre não é visto como problema, mas como irmão, rosto vivo de Jesus.

A realidade do nosso tempo exige de nós um testemunho ainda mais fiel e comprometido. Crescem o desemprego, a insegurança alimentar, o drama das pessoas em situação de rua, o abandono de idosos e crianças, e tantas formas de vulnerabilidade que clamam por respostas urgentes e compassivas. A Igreja, como mãe, não pode permanecer indiferente. Cada comunidade cristã é chamada a ser “hospital de campanha”, sinal de esperança para aqueles que perderam quase tudo, mas que jamais perdem sua dignidade.

Que este Dia Mundial dos Pobres nos inspire um renovado espírito de conversão. Que nossas paróquias, pastorais, movimentos e cada fiel cultivem a coragem de servir, a delicadeza de escutar e a generosidade de partilhar. Como nos exorta o Papa Francisco: “A verdadeira riqueza não se mede pelo que se acumula, mas pelo quanto se oferece.”

Invocando a paz de Cristo — paz que nasce da justiça, da misericórdia e do amor ativo — peçamos ao Senhor que nos torne instrumentos de consolo para os que sofrem e testemunhas de esperança para um mundo muitas vezes ferido pela indiferença.

Que Maria, Mãe dos Pobres, nos acompanhe neste caminho e nos ensine a servir com humildade e ternura.

Com fraterna estima e bênção,

Vinicius Lucas
Prefeito do Dicastério 

Thiago Marques
Pró - Prefeito do Dicastério